quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Prepara o choro morena...

Fechando um ciclo: os ensaios marcaram o nascimento; em junho, dia 23, o batizado. Agora regressa "o fim", este nasce e morre, esse vai e vem, igual às águas. Pois é, em agosto ocorrerá a fugida. Depois disso, a Catirina terá o que tanto deseja: a lingua do boi. Marcaremos para o final do mês a morte do Boi Estrela Dalva. Então se você for de Teresina, ou que seja cidadão do mundo e queira apreciar sinta-se convidado para...

Curso bom e de graça, participa!!!

domingo, 18 de julho de 2010

Quem vive aqui...


A temporada de "apresentações oficiais" (Encontro de Bois de Teresina e Festival de Toadas do Piauí) já acabou. Nesses momentos somos muito lembrados pelas autoridades e pela imprensa piauiense. Rendemos manchetes em programas televisivos locais, o jornal escrito e o rádio também não deixam a desejar, nesse período, quando o assunto é boi. Comparecemos a algumas entrevistas, respondemos a diversas perguntas. Uma delas é clássica: "o bumba meu boi é original do Piauí ou do Maranhão?". Uma lástima a incompetência de alguns repórteres. Antes de qualquer regionalismo, o bumba-meu-boi é um patrimônio pertencente a cultura popular de todo o Brasil. Existem variações de estilo entre os diferentes grupos de bumba-boi das inúmeras localidades do país, é claro, e partindo disso fica difícil designar A ORIGEM. Essa pergunta, de uma certa forma, tenta dividir os movimentos do bumba-meu-boi , pois sua resposta coloca de um lado "o criador" e os demais como "imitadores" ou seguidores. Deixando, assim, o que está na situação de seguidor como inferior. Quando na verdade o que importa é que pessoas estão lutando para manter viva a sua cultura. E mesmo que respondêssemos que "o bumba-meu-boi é do Piauí", o preconceito existente em certa "escama" da sociedade piauiense contra os fazedores da cultura do bumba-meu-boi continuaria. Nada iria mudar no tratamento que as classes mais ricas dão aos mestres e bricantes de bumba-meu-boi do Paiuí. Independente do que falemos, o desrespeito continua o mesmo. Mas seguimos.
Recentemente tivemos saída no bairro Parque Alvorada. Dançamos, tocamos pelas ruas e fomos prestigiados por quem nos viu. Os vaqueiros e o boi guiando o cortejo, correndo à frete de todos. Mais atrás, os caboclos e as caboclas tocando suas matracas e chiadeiras. A pancadaria segurava firme a batida. Mestre Chagas puxava as toadas, Jorge na marcação dos passos e muita alegria. Alegria pelo prazer de estarmos sendo bem recebidos por onde passávamos. A gente se apresenta onde nos convidam e valorizam a brincadeira do boi. Logo no começo de agosto vamos marcar a morte do boi Estrela Dalva. Avisaremos aqui local e data certa para quem quiser ir nos visitar. A vida ferve.

domingo, 11 de julho de 2010

"O canário daqui sou eu"

O ônibus demorou, mas chegou. Um a um fomos entrando no automóvel, nos acomodando nas poltronas... Mal passaram vinte minutos, já estávamos no clube do gari. Prestes a subir no (precário) palco do 10º Encontro de Bois de Teresina, evento organizado pela Fundação Municipal de Cultura Monsenhor chaves. Fomos os últimos da noite e chegamos bem em cima da hora, um minuto a mais e o público teria que esperar.

Apesar de a maioria dos brincantes já estarem no grupo há muito tempo, a ansiedade é sempre a mesma. O grupo estava bonito, animado, algumas meninas do boi mirim Estrela do Matadouro dançaram com a gente. A pancadaria, como sempre, não desafinou a batida, os caboclos passarelavam a coreografia sem erros. O palco foi que não cooperou com a alegria dos estrelas”.

20 minutos de dança e o palanque, numa ruazinha estreita em frente ao clube do gari, já dava sinais de sua decadência, balançando de um lado para o outro. Cochichávamos temerosos de uma possível tragédia, alguém falou para que descêssemos do palco. “No chão!”. E foi assim, nos mantivemos a tocar e a dançar por algum tempo até voltarmos, cautelosos, ao palanque para preparar nossa saída.

A animação era tanta que a pancadaria não quiz parar, mesmo fora do alcance dos holofotes e dos olhos da platéia: continuamos a apresentação pela avenida que passa em frente ao Teatro do Boi, atrapalhando o fluxo dos automóveis até chegarmos ao portão dos fundos do clube, onde nos trocamos e entramos no ônibus para voltar à sede do Estrela Dalva.

Tudo muito lindo, a atmosfera do bairro, tudo nos enchia de segurança, cantávamos conscientes de que o canário dali éramos nós, sem sombras de dúvidas.

sábado, 3 de julho de 2010

Presente do Dadinho

Em uma de suas visitas ao nosso terreiro, mestre Dadinho, amo do boi Touro da Paz, presenteou-nos com uma toada muito linda, feita por ele. O Estrela Dalva se sente honrado em contar com amigos iguais a este, e não é de hoje o carinho do nosso grupo pelo Touro da Paz. Seus integrantes sempre são recebidos com bastante alegria por todos, nos animamos mais, cantamos e tocamos com mais força. Mestre Chagas, amo do Estrela Dalva, toda vez convida Dadinho para cantar junto. E foi numa ocasião dessas que Dadinho se sentiu inspirado e compôs para o Estrela Dalva, ali na hora, esta toada:

Estrela que brilha no céu

Tu trazes um grande clarão

Estrela Dalva e barra do dia

Tu trazes admiração pra meu batalhão

Boa noite, povo bonito

Eu vim te amostrar meu batalhão

Morena, não vá chorar

Mas eu só vim te trazer recordação

Morena, não vá chorar

Mas eu só vim te alembrar recordação

Valeu, Touro da Paz!!!

terça-feira, 15 de junho de 2010

Estrela Boieira

Estrela Dalva, 2009 ( Foto: Chiquim Pereira)

Ao sair de casa assim reza: “deus por mim, ninguém contra mim. Um por todos, todos por um” porque não sabe o que vai encontrar pela frente, se a paz ou a guerra. E vai o batalhão de casa em casa, enfrentando contrário, até voltar.

Estrela Dalva, a última a sair do céu. Vem contrário romper o dia, de mais força que meu boi. Por Deus abençoado.