domingo, 11 de julho de 2010

"O canário daqui sou eu"

O ônibus demorou, mas chegou. Um a um fomos entrando no automóvel, nos acomodando nas poltronas... Mal passaram vinte minutos, já estávamos no clube do gari. Prestes a subir no (precário) palco do 10º Encontro de Bois de Teresina, evento organizado pela Fundação Municipal de Cultura Monsenhor chaves. Fomos os últimos da noite e chegamos bem em cima da hora, um minuto a mais e o público teria que esperar.

Apesar de a maioria dos brincantes já estarem no grupo há muito tempo, a ansiedade é sempre a mesma. O grupo estava bonito, animado, algumas meninas do boi mirim Estrela do Matadouro dançaram com a gente. A pancadaria, como sempre, não desafinou a batida, os caboclos passarelavam a coreografia sem erros. O palco foi que não cooperou com a alegria dos estrelas”.

20 minutos de dança e o palanque, numa ruazinha estreita em frente ao clube do gari, já dava sinais de sua decadência, balançando de um lado para o outro. Cochichávamos temerosos de uma possível tragédia, alguém falou para que descêssemos do palco. “No chão!”. E foi assim, nos mantivemos a tocar e a dançar por algum tempo até voltarmos, cautelosos, ao palanque para preparar nossa saída.

A animação era tanta que a pancadaria não quiz parar, mesmo fora do alcance dos holofotes e dos olhos da platéia: continuamos a apresentação pela avenida que passa em frente ao Teatro do Boi, atrapalhando o fluxo dos automóveis até chegarmos ao portão dos fundos do clube, onde nos trocamos e entramos no ônibus para voltar à sede do Estrela Dalva.

Tudo muito lindo, a atmosfera do bairro, tudo nos enchia de segurança, cantávamos conscientes de que o canário dali éramos nós, sem sombras de dúvidas.

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